O que é arte?

segunda-feira, 7 de abril de 2008

As muitas respostas possíveis para a pergunta sobre o que define arte variam imensamente ao longo da história.
Durante muito tempo, a arte foi entendida como a representação do belo.
Mas o que é belo? O que essa palavra significa para nós, ocidentais hoje, e o que significou para os povos do Oriente ou para os europeus que viveram na Idade Média?
Na antiguidade, por exemplo, o belo estava condicionada ao conceito de harmonia e proporção entre as formas. Por esse motivo, o ideal de beleza entre os gregos ganha forma na representação dos seres humanos, vistos como modelo de perfeição.
No século XIX, o Romantismo adotará os sentimentos e a imaginação como o princípio da criação artística. O belo desvincula-se da harmonia das formas.
Do século XX em diante, diferentes formas de conceber o significado e o modo de fazer artístico impuseram novas reflexões ao campo da arte. Desde então, ela deixa de ser apenas a representação do belo e passa a expressar também o movimento, a luz, ou a interpretação geométrica das formas existentes, ou até a recriá-las. Em alguns casos, chega a enfrentar o desafio de representar o inconsciente humano. Por tudo isso, a arte pode ser entendida como a permanente recriação de uma linguagem.
Afirma-se também entre tantas outras possibilidades como meio de provocar reflexão no observador sobre o lugar da própria arte na sociedade de consumo ou sobre a relação dentre o próprio observador e o objeto observado. Ou seja, a arte pode ser uma provocação, um espaço de reflexão e de interrogação.
Toda criação pressupõe um criador que filtra e recria a realidade e nos permite sua interpretação. A arte desse ponto de vista é também o reflexo do artista, e de seus ideais, de seu modo de ver e compreender o mundo.
Ou seja. Como todo artista está sempre inserido em um tempo, em uma cultura, com sua história e suas tradições, a obra que produz será sempre, em certa medida, a expressão de sua época, de sua cultura.

Texto do RevisaNAP de Literatura.
(Maria Luiza M. Abaurre; Marcela Pontara. Literatura Brasileira- Tempos leitores e leituras. São Paulo: Moderna, 2005, pp.,5-6)

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